Advogado é preso por suspeita de ajudar na fuga de 16 detentos e em atentado contra diretor do presídio de Eunápolis


Um advogado foi preso nesta terça-feira (1º), na cidade de Serrinha, no interior da Bahia, suspeito de participar de uma organização criminosa envolvida na fuga de 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis e em um atentado contra o diretor da unidade prisional.

De acordo com as investigações, o advogado, identificado como Heraldo Silva de Souza, teria papel estratégico dentro do grupo: ele gerenciava o dinheiro proveniente do tráfico de drogas, fazia prestação de contas e cobrava metas semanais de arrecadação.

A prisão ocorreu durante a Operação Dupla Face, realizada de forma integrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público da Bahia (MPBA). Além do mandado de prisão, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, que resultaram na apreensão de duas armas de fogo e munições.

Como foi a fuga

A fuga aconteceu em dezembro do ano passado e foi registrada por câmeras de segurança. Segundo a polícia, oito homens fortemente armados invadiram o presídio, abriram duas celas e ajudaram os detentos a escapar. Eles chegaram a trocar tiros com os agentes penitenciários para garantir a saída dos presos.

Os internos estavam no pavilhão B e usaram uma “teresa” — corda artesanal feita de lençóis — para descer pelo alambrado. O grupo criminoso que atuou do lado de fora cortou grades e atirou contra as guaritas, criando cobertura para a fuga.

Após o episódio, a diretora da unidade, o diretor adjunto e o coordenador de segurança foram afastados. Dias depois, a então diretora Joneuma Silva Neres foi presa, acusada de ter ligação com a mesma facção criminosa.

Na casa da ex-diretora, a polícia encontrou celulares, chips, caderno de anotações e R$ 8 mil em espécie, que foram apresentados na delegacia.

Atentado contra o diretor

Em maio deste ano, um motorista que trabalhava no Conjunto Penal foi baleado quando dirigia próximo ao presídio. Investigações apontam que o alvo era o diretor da unidade, Jorge Magno Alves, que não estava no veículo no momento do ataque. O motorista, mesmo ferido, conseguiu dirigir por alguns metros e foi socorrido.

No atentado, os criminosos usaram armas de grosso calibre, como fuzis 7,62 mm e 5,56 mm. O crime reforçou as suspeitas de envolvimento da organização criminosa também em atos de intimidação contra a gestão do presídio.

A polícia segue investigando para identificar outros envolvidos nos crimes.

Fonte: G1 Bahia