Mulher aciona a Justiça após sofrer humilhações no trabalho por cuidar de bebê reborn em Salvador

Uma funcionária de uma empresa em Salvador buscou reparação judicial após se tornar alvo de chacotas no ambiente de trabalho. O motivo: ela havia solicitado licença-maternidade para cuidar de um bebê reborn — boneco hiper-realista geralmente utilizado como objeto terapêutico ou de coleção. A ação judicial foi protocolada na terça-feira (27), mas diante da repercussão negativa nas redes sociais, os advogados desistiram do processo dois dias depois.
Segundo a defesa, o centro da ação não era o pedido de licença-maternidade em si, mas os constrangimentos vividos pela mulher após a solicitação. De acordo com o processo, a recepcionista, que trabalha na empresa desde 2020, solicitou 120 dias de licença e o pagamento do salário-família para cuidar do boneco, o qual trata como filha.
A empresa negou o pedido, alegando que a funcionária “não era mãe de verdade”. Além disso, a mulher relatou ter sido exposta a comentários depreciativos, incluindo a fala de um superior que disse que ela “precisava de um psiquiatra, não de um benefício”.
No processo, os advogados sustentavam que a maternidade não se resume à biologia e que o apego emocional à bebê reborn exigiria envolvimento afetivo semelhante ao de uma maternidade tradicional. A funcionária pedia R$ 10 mil por danos morais, rescisão indireta do contrato de trabalho, liberação do FGTS, multa rescisória e habilitação no seguro-desemprego, além do pagamento retroativo do salário-família.
Com o caso ganhando ampla visibilidade nas redes sociais e repercutindo negativamente, os representantes legais optaram por retirar a ação judicial, encerrando temporariamente a tentativa de reparação legal por parte da trabalhadora.
Fonte: g1 Bahia